segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Benefícios da Música na Dor

A música faz parte da vida do Homem desde sempre e é evidente que exerce influência sobre este contudo, não se consegue ainda explicar, de que forma a música exerce a sua influência.
A música interfere com diversas partes do ser como a biológica, mental, emocional e espiritual mas, voltando a frisar, de uma forma desconhecida.
Apesar de ser desconhecida a forma como actua, a música tem sido utilizada como um recurso terapêutico, tal como já foi referido em outras publicações Nightingale já fazia uso da música como coadjuvante terapêutico, tal como Isa Maud Ilsen e Harryet Seymor utilizaram para o mesmo fim, nos cuidados a doentes da I e II Grandes Guerras Mundiais.
Actualmente a música é utilizada principalmente em situações de stress, ansiedade e controlo da dor.
No caso da dor musculoesquelética, uma situação bastante recorrente, têm havido uma busca por medidas alternativas às medidas farmacológicas. Neste sentido, os autores do artigo refere que, nos cuidados de enfermagem, o recurso à música tem vindo a aumentar nos cuidados à dor crónica provocada por esta situação patológica, integrada em Programas Educativos, levados a cabo por profissionais de saúde, com o objectivo de alívio da dor e de melhoria da qualidade de vida.
Mas como poderá a música levar efectivamente a uma maior tolerância à dor?
Segundo este autor, através da sua pesquisa na literatura, existem algumas descrições de mecanismos que induzem o relaxamento, a libertação de endorfinas e distracção. Isto deve-se a experiências imagéticas, em que a pessoa, através da música, consegue invocar imagens que representem a sua experiência de vida, de situações que viveram, levando a um afastamento do foco da dor, deixando esta para segundo plano.
Após este breve enquadramento teórico, passo a referir um estudo realizado pelos autores numa universidade de São Paulo: expor uma amostra de 90 mulheres, com média de idades de 45 anos, com dor crónica musculoesquelética divididas em três grupos de 30, a três peças musicais individualmente, sendo duas peças clássicas e uma junção de peças clássicas completamente distintas e desorganizadas, de forma a observar o efeito da música na intensidade da dor.
Durante a auscultação das músicas, foi requisitado que as pessoas desenhassem segundo as imagens que viam e o que sentiam.
No final observou-se que a tolerância à dor foi desaparecendo até desaparecer completamente em bastantes pessoas.

Esta reflexão parte da análise de um artigo que achei bastante interessante, em parte porque permite de certa forma criar uma noção mais concreta (embora ainda muito vaga) de um mecanismo de acção da música, perante um quadro álgico. Por outro lado, aborda um estudo em que a metodologia utilizada é um exercício que o grupo de trabalho vai promover em sala de aula, embora com diferentes finalidades.


Leão, E.R. & Silva, M.J.P. (2004). Música e dor crónica muscolesquelética: o potencial evocativo de imagens mentais. Rev Latino-am Enfermagem, 12(2), pp. 235-241.

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