A música faz parte da vida do Homem desde sempre e é
evidente que exerce influência sobre este contudo, não se consegue ainda
explicar, de que forma a música exerce a sua influência.
A música interfere com diversas partes do ser como a
biológica, mental, emocional e espiritual mas, voltando a frisar, de uma forma
desconhecida.
Apesar de ser desconhecida a forma como actua, a
música tem sido utilizada como um recurso terapêutico, tal como já foi referido
em outras publicações Nightingale já fazia uso da música como coadjuvante terapêutico,
tal como Isa Maud Ilsen e Harryet Seymor utilizaram para o mesmo fim, nos
cuidados a doentes da I e II Grandes Guerras Mundiais.
Actualmente a música é utilizada principalmente em
situações de stress, ansiedade e controlo da dor.
No caso da dor musculoesquelética, uma situação
bastante recorrente, têm havido uma busca por medidas alternativas às medidas
farmacológicas. Neste sentido, os autores do artigo refere que, nos cuidados de
enfermagem, o recurso à música tem vindo a aumentar nos cuidados à dor crónica
provocada por esta situação patológica, integrada em Programas Educativos,
levados a cabo por profissionais de saúde, com o objectivo de alívio da dor e
de melhoria da qualidade de vida.
Mas como poderá a música levar efectivamente a uma
maior tolerância à dor?
Segundo este autor, através da sua pesquisa na
literatura, existem algumas descrições de mecanismos que induzem o relaxamento,
a libertação de endorfinas e distracção. Isto deve-se a experiências
imagéticas, em que a pessoa, através da música, consegue invocar imagens que
representem a sua experiência de vida, de situações que viveram, levando a um
afastamento do foco da dor, deixando esta para segundo plano.
Após este breve enquadramento teórico, passo a
referir um estudo realizado pelos autores numa universidade de São Paulo: expor
uma amostra de 90 mulheres, com média de idades de 45 anos, com dor crónica
musculoesquelética divididas em três grupos de 30, a três peças musicais
individualmente, sendo duas peças clássicas e uma junção de peças clássicas
completamente distintas e desorganizadas, de forma a observar o efeito da
música na intensidade da dor.
Durante a auscultação das músicas, foi requisitado
que as pessoas desenhassem segundo as imagens que viam e o que sentiam.
No final observou-se que a tolerância à dor foi
desaparecendo até desaparecer completamente em bastantes pessoas.
Esta reflexão parte da análise de um artigo que achei bastante interessante, em parte porque permite de certa forma criar uma noção mais concreta (embora ainda muito vaga) de um mecanismo de acção da música, perante um quadro álgico. Por outro lado, aborda um estudo em que a metodologia utilizada é um exercício que o grupo de trabalho vai promover em sala de aula, embora com diferentes finalidades.
Leão, E.R. & Silva, M.J.P. (2004). Música e dor
crónica muscolesquelética: o potencial evocativo de imagens mentais. Rev Latino-am Enfermagem, 12(2), pp. 235-241.
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