terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A música no contexto comunicacional e relacional


A elaboração deste trabalho de projeto, encontrando-se no âmbito da unidade curricular Comunicação e Relação em Enfermagem III, deve, assim, ir de encontro às áreas de estudo da mesma, nomeadamente no que se refere à componente comunicacional e relacional e à sua aplicabilidade no contexto dos cuidados de enfermagem. Deste modo, penso que seja necessário interrelacionar a música com o contexto comunicacional e relacional, nomeadamente, no que se refere às mais-valias possíveis de se obter com a utilização da primeira.
Vianna (1998, citado em Seki & Galheigo, 2010) refere que existem indícios que apontam para a presença de um instinto musical inato em cada indivíduo, pelo que a música poderá ser considerada uma linguagem universal e, consequentemente, um meio de comunicação que, constituindo uma travessia entre o contexto emocional e o racional (Souza, 1998, citado em Seki & Galheigo, 2010), poderá ir muito além da expressão verbal. Assim, a sua componente comunicacional possibilita uma multiplicidade de direções, no que diz respeito à expressão da sua individualidade, permitindo a obtenção de um nível superior de integridade e de saúde (Barcellos & Santos, 1996, citado em Seki & Galheigo, 2010).
No entanto, contrariamente ao que muitas vezes se poderá pensar, a simples ação de ouvir música já provoca, só por si, efeitos aos mais variados níveis, entre os quais a expressão de sentimentos negativos, como “tristeza, raiva e luto” (p. 278). Além disso, o facto de se tocar um instrumento possibilita, igualmente, a expressão dos sentimentos e facilita o estabelecimento de relações interpessoais (Bergold, Alvim & Cabral, 2006, citado em Seki & Galheigo, 2010).
Assim, pode constatar-se, através dos estudos relacionados com a temática da música e a sua inserção nos cuidados de enfermagem, que a sua aplicabilidade poderá resultar em inúmeros benefícios promotores da prestação de cuidados humanizados à pessoa, entre os quais a existência de uma comunicação e relação mais facilitadas, entre o enfermeiro e a pessoa doente (Bergold, 2005, citado em Bergold, Alvim, Cabral, 2006).


Referências Bibliográficas

Bergold, L.B., Alvim, N.A.T., Cabral, I.E. (2006). O lugar da música no espaço do cuidado terapêutico: sensibilizando enfermeiros com a dinâmica musical. Texto & Contexto – Enfermagem, 15(2), 262-9. Acedido em 10 de janeiro, 2013, na base de dados SciELO.
Seki, N.H. & Galheigo, S.M. (2010). O uso da música nos cuidados paliativos: humanizando o cuidado e facilitando o adeus. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 14(33), 273-84. Acedido em 11 de janeiro, 2013, na base de dados SciELO.

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