O vídeo
acima constitui um videoclipe lançado por Michael Rossato-Bennett para promover
o documentário "Alive Inside". Este visa demonstrar como a terapia
musical pode afetar pessoas com demência de Alzheimer.
A doença de
Alzheimer é o tipo mais frequente de demência (cerca de 50% das demências),
esta é uma doença neurodegenerativa, que deteriora o doente a nível cognitivo e
com o avançar do tempo todo o organismo acaba por ser afetado, isto devido à
alteração e destruição do tecido nervoso, de forma gradual e progressiva
(Costa, 2011). Esta doença é caracterizada pela consciência normal, perda de memória
e dificuldades de linguagem contendo também alterações de personalidade e do
humor (Fadem & Simring, 1998).
O
documentário “Alive Inside” visa investigar a questão do poder da música em
despertar memórias profundamente bloqueadas. Este segue Dan Cohen, um
assistente social que decide utilizar iPods, numa casa de repouso, em doentes
com Alzheimer. Para a sua surpresa e da equipa de profissionais, os residentes
que sofrem de perda de memória parecem “despertar” quando expostos a músicas
características do seu passado. Assim, Dan Cohen pediu assistência a um neurologista
de renome, Dr. Oliver Sacks para investigar a forma misteriosa das funções da
música no cérebro e nas nossas vidas. Assim, o documentário tem como função estimular
a adoção generalizada de programas de músicas personalizadas em casas de
repouso e terapia ambulatória, de forma a que estas pessoas e os seus
cuidadores possam ser ajudados através desta terapia de baixo custo. É também
pretendido levantar questões profundas acerca do que significa estar vivo no
interior, refletindo acerca de quando deixamos de ser humanos e o que é preciso
para “re-iniciar” uma vida que desapareceu. É, assim, importante refletir
enquanto sociedade como tratamos as pessoas idosas, e o que se pode fazer
acerca das doenças degenerativas, que tanto afetam a própria pessoa como os
seus entes queridos.
Neste
vídeo, destaca-se um senhor chamado Henry que sofre de doença de Alzheimer que,
em primeiro lugar é observado na sua cadeira de rodas apático. Contudo, quando
lhe é entregue um iPod com músicas do seu passado, de um dos seus artistas
preferidos, este muda completamente de atitude iniciando uma conversa acerca da
música e dos seus efeitos em si próprio.
Foi também realizado um estudo pela Escola de
Medicina da Universidade de Boston (BUSM), que conclui que “a música ajuda
significativamente a memorização de informação verbal pelas pessoas com doença
de Alzheimer, mesmo quando comparadas com pessoas que não sofrem da doença.”
(Associação portuguesa de familiares e amigos de doentes de alzheimer, 2011).
A doença de
Alzheimer não possui cura, pelo que na minha perspetiva é interessante e
importante a descoberta de novas técnicas terapêuticas inovadoras para aumentar
a qualidade de vida destas pessoas. Assim, em pequenos passos é possível ajudar
estas pessoas a relembrarem-se e, a recuperarem a sua dignidade. Possibilitando,
então que os seus familiares e pessoas significativas possam desfrutar dos
pequenos momentos em que o seu ente querido tem momentos de lucidez.
Referências Bibliográficas:
Associação portuguesa
de familiares e amigos de doentes de alzheimer. (2011). Música ajuda pessoas com doença de alzheimer. Acedido em 5 de
Janeiro, 2013, em http://www.alzheimerportugal.org/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile256.pdf
Costa, M. (2011). Doença de Alzheimer:
impacto na pessoa doente e na família.
Nursing, 268, 11-18.
Fadem, B. & Simring, S. (1998). Auto-avaliação em psiquiatria. Lisboa:
Climepsi.
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