segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A música na doença de Alzheimer



O vídeo acima constitui um videoclipe lançado por Michael Rossato-Bennett para promover o documentário "Alive Inside". Este visa demonstrar como a terapia musical pode afetar pessoas com demência de Alzheimer.
A doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência (cerca de 50% das demências), esta é uma doença neurodegenerativa, que deteriora o doente a nível cognitivo e com o avançar do tempo todo o organismo acaba por ser afetado, isto devido à alteração e destruição do tecido nervoso, de forma gradual e progressiva (Costa, 2011). Esta doença é caracterizada pela consciência normal, perda de memória e dificuldades de linguagem contendo também alterações de personalidade e do humor (Fadem & Simring, 1998).
O documentário “Alive Inside” visa investigar a questão do poder da música em despertar memórias profundamente bloqueadas. Este segue Dan Cohen, um assistente social que decide utilizar iPods, numa casa de repouso, em doentes com Alzheimer. Para a sua surpresa e da equipa de profissionais, os residentes que sofrem de perda de memória parecem “despertar” quando expostos a músicas características do seu passado. Assim, Dan Cohen pediu assistência a um neurologista de renome, Dr. Oliver Sacks para investigar a forma misteriosa das funções da música no cérebro e nas nossas vidas. Assim, o documentário tem como função estimular a adoção generalizada de programas de músicas personalizadas em casas de repouso e terapia ambulatória, de forma a que estas pessoas e os seus cuidadores possam ser ajudados através desta terapia de baixo custo. É também pretendido levantar questões profundas acerca do que significa estar vivo no interior, refletindo acerca de quando deixamos de ser humanos e o que é preciso para “re-iniciar” uma vida que desapareceu. É, assim, importante refletir enquanto sociedade como tratamos as pessoas idosas, e o que se pode fazer acerca das doenças degenerativas, que tanto afetam a própria pessoa como os seus entes queridos.
Neste vídeo, destaca-se um senhor chamado Henry que sofre de doença de Alzheimer que, em primeiro lugar é observado na sua cadeira de rodas apático. Contudo, quando lhe é entregue um iPod com músicas do seu passado, de um dos seus artistas preferidos, este muda completamente de atitude iniciando uma conversa acerca da música e dos seus efeitos em si próprio.
Foi também realizado um estudo pela Escola de Medicina da Universidade de Boston (BUSM), que conclui que “a música ajuda significativamente a memorização de informação verbal pelas pessoas com doença de Alzheimer, mesmo quando comparadas com pessoas que não sofrem da doença.” (Associação portuguesa de familiares e amigos de doentes de alzheimer, 2011).
A doença de Alzheimer não possui cura, pelo que na minha perspetiva é interessante e importante a descoberta de novas técnicas terapêuticas inovadoras para aumentar a qualidade de vida destas pessoas. Assim, em pequenos passos é possível ajudar estas pessoas a relembrarem-se e, a recuperarem a sua dignidade. Possibilitando, então que os seus familiares e pessoas significativas possam desfrutar dos pequenos momentos em que o seu ente querido tem momentos de lucidez.

Referências Bibliográficas:
Associação portuguesa de familiares e amigos de doentes de alzheimer. (2011). Música ajuda pessoas com doença de alzheimer. Acedido em 5 de Janeiro, 2013, em http://www.alzheimerportugal.org/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile256.pdf
Costa, M. (2011). Doença de Alzheimer: impacto na pessoa doente e na família. Nursing, 268, 11-18.
Fadem, B. & Simring, S. (1998). Auto-avaliação em psiquiatria. Lisboa: Climepsi.

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